Um golpe cada vez mais comum nos aplicativos de paquera fez mais uma vítima em São Paulo. Dessa vez, Murilo Marques, ex-participante do Bake Off Brasil, foi quem denunciou um crime praticado após marcar um encontro com um rapaz pelo Grindr na sexta, dia 23. “Entrei para a estatística! Caí num golpe: fui dopado, violado e roubado em minha casa” diz ele, relatando no Twitter o que aconteceu.
Murilo chamou o rapaz até o seu apartamento no Copan, no centro de São Paulo. Durante os amassos, o homem revelou que era garoto de programa, então precisava receber seu pagamento. De acordo com Marques, ele tirou uma maquina de cartão de crédito do bolso e pediu para que ele digitasse sua senha.
Eu entrei para a estatística! Essa semana eu caí num golpe: fui dopado, violado e roubado na minha casa.
— Murilo Marques (@MuriloBakeOff2) October 24, 2020
*Alerta de gatilho *
No dia 21/10/2020 eu recebi um homem de aplicativo de relacionamento na minha casa, ele chegou as 12:04, me mandou fotos antes e chamei. Eu sem entender
“Ele começou a se exaltar dizendo que queria receber o dinheiro dele, esse diálogo rolou e eu cada vez com mais dificuldade de organizar minhas ideias, já imaginando que estava drogado. Cada vez mais agressivo e gritando comigo” conta. “Em uma das tentativas eu errei a senha e disse que precisava olhar no celular, ele gritava que não era pra mexer no celular e pegou o aparelho, mais uma vez fui forçado a passar uma senha, dessa vez a do celular. Apesar de tonto e desnorteado eu estava de pé ainda” continua.
Murilo acha que foi dopado por algo que o garoto de programa colocou na bebida. “Ele me forçou a passar a senha na máquina de todos os meus cartões, tentei recusar e nessa hora ele desferiu um soco na minha cara” relata. Ao sugerir para que eles fosse ao caixa eletrônico, ele disse que foi obrigado a inalar uma droga mais forte e, tonto, foi jogado na cama de bruços. ” Nesse momento o estupro aconteceu. Só lembro dele me estuprando com a mão enquanto eu me debatia. Não sei quanto tempo durou, não sei o quanto eu resisti, mas fui estuprado”.
Depois da humilhação, o agressor foi embora deixando a porta aberta. Ainda dopado, Murilo conseguiu ter forças para pedir ajuda ao namorado e a um vizinho pelo WhatsApp. “Eu estava incapaz de entender o tamanho do estrago. Notei compras no débito na caixa, Itaú e Nubank. Eu chorava muito, me senti sujo, culpado, me senti um lixo mas sabia que a saga não tinha terminado, precisava ir à delegacia fazer BO”, contou.
Após registrar o Boletim de Ocorrência, ele fez exame sexológico, toxicológico e busca de DNA para a polícia tentar identificar o criminoso, além de exames corporais íntimos para detectar as agressões. Ele teve o apoio do parceiro, Renan, com quem tem uma relação aberta. O agressor segue sem identificação. O engenheiro químico calcula que teve um prejuízo de 40 mil reais.
Apesar do apoio na internet, ele segue mal por causa do prejuízo financeiro e pscológico. “Meu namorado é a melhor pessoa do mundo e está do meu lado me guiando, ajudando, apoiando, tenho também minha família pra me dar apoio, tenho todas as ferramentas para superar isso. Mas no momento eu estou apavorado, o mesmo banco que me disse que não era para eu ter esperanças do estorno, está prontíssimo para tirar minha casa se eu não pagar prestação do financiamento. Tenho dívidas com lojas de construção, com marmoraria, com marceneiro, nós estávamos montando nosso lar!” lamenta.