Morreu na madrugada de sábado, dia 24, a transexual Natasha Nascimento. Ela foi agredida em setembro após voltar de uma festa na cidade de São Luiz do Gonzaga, no Maranhão. A jovem de 29 anos foi encontrada desacordada por populares nas margens da BR-316. Uma testemunha afirmou que ela foi espancada por cinco pessoas, dois homens e três mulheres, após uma discussão com o grupo.
Natasha estava internada há duas semanas no Hospital Dr. Carlos Macieira, em São Luís, e seu estado era considerado grave. Ela teve seis costelas quebradas, o maxilar descolado e várias fraturas pelo corpo. De acordo com informações do G1, a mãe de Natasha, Delsina Nascimento, relatou que a filha sempre enfrentou desafios por conta da orientação sexual e que temia pela segurança da família. Após o crime, a Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil no Maranhão (OAB-MA) afirmou que estava acompanhando o caso e que ele pode ser enquadrado como crime de transfobia.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) manifestou profundo pesar pelo falecimento de Natasha. A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) instaurou um inquérito para investigar o caso e até o momento, 11 pessoas já foram ouvidas. Segundo a polícia, ninguém foi preso.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA), que acompanha o caso, divulgou uma nota em seu site oficial, confira na íntegra:
É com tristeza que recebemos a notícia do falecimento de Natasha Lima, mulher transgênero brutalmente violentada no município de São Luís Gonzaga do Maranhão em meados de setembro do corrente ano.
Atos de violência e discriminação não podem continuar sendo perpetrados sem que qualquer resposta por parte dos órgãos competentes seja dada à sociedade.
Natasha não foi a primeira e, infelizmente, não será a última se essa cultura de ódio contra a população trans e demais minorias permanecer.
Isso PRECISA PARAR!Essa infeliz realidade só poderá ser interrompida com a construção coletiva de uma cultura de paz, democracia e de direitos humanos. Isso demanda diálogo e enfrentamento a violências estruturais como a LGBTfobia.
Nesse momento nos solidarizamos com os familiares e amigos de Natasha e partilhamos do sentimento de luto que os assola.
Segundo as informações mais recentes recebidas pelas Comissões, A Prefeitura de São Luís Gonzaga já providenciou o translado do corpo, que aguarda liberação prevista para ocorrer ainda esta tarde e o carro funerário chegará em seguida para levá-la até sua cidade.
Esperamos que as Instituições competentes ajam com o máximo de atenção e assertividade sobre o caso.