Dono de uma das torcidas mais tóxicas da história do Big Brother Brasil, Marcelo Dourado, campeão da décima edição do reality, pediu desculpas por falas homofóbicas durante o programa da TV Globo. O professor de jiu-jitsu diz que hoje não pensa mais como há doze anos atrás e revela que se arrepende por posicionamentos machista que teve dentro da casa mais vigiada do Brasil.
“Eram condições controladas, específicas. Sofria muita pressão psicológica e provocações diárias dos meus adversários. Mas nada apaga o fato: eu era uma pessoa muito mais ignorante há 12 anos do que sou hoje”, diz ele em seu canal no Youtube. Na época, Dourado chegou a dizer que apenas homossexuais pegavam HIV e que heterossexuais não transmitiam a doença. Ele também ameaçou quebrar o dedo da participante Angélica Morango, lésbica assumida que não concordava com as atitudes do atleta no programa. “Eu não percebia que a frase que meu adversário falava, ‘o mundo é gay’, era uma frase de resistência e inclusão. Na minha cabeça limitada, achava que era uma afirmação genérica. Não entendi a importância daquilo para uma comunidade que é constantemente vítima de violência.”
Angélica fazia parte do time dos coloridos, do qual também faziam parte o influenciador Serginho Orgastic e o maquiador Dicesar, a drag queen Dimmy Kieer. Dourado e Dicesar protagonizaram um dos paredões mais emblemáticos da história do programa. A torcida de Dourado, apelidada de Máfia Dourada, espalhava homofobia e machismo em postagens no Orkut e no Twitter. “Eu abomino o preconceito. Caso você torceu por mim se identificando com isso, quero distância. Não pretendo ganhar amizade e simpatia, mas apenas para reparar o erro histórico do que eu falei e reconhecer o meu erro, que pode realmente ter sido interpretado como uma fala preconceituosa.”