A ativista LGBTQIAP+ e escritora Luisa Marilac teve um alívio na manhã desta quarta, dia 14. A influenciadora recebeu alta após uma semana de internação no hospital San Genaro, na Mooca, em São Paulo. Luisa teve complicações nos seios após uma infecção evoluir. “Ela teve uma infecção e precisou ser operada com certa urgência. Realmente era um caso que se não tivesse dado a devida atenção poderia ter evoluído para um caso de infecção generalizada. Tiramos rapidamente a prótese e lavamos a área. Ela ficou sem os seios, mas graças a Deus ela já está super bem, está se recuperando. As próteses que usamos obviamente são próteses de altíssima qualidade.“Ela ainda está sob cuidados médicos, tomando antibiótico e usando dreno”. Comenta o Dr. Thiago Marra, médico responsável pelo caso.
“Estou despeitada (risos), mas aliviada. Dessa vez pensei que fosse morrer. Não conseguia parar em pé. Graças a Deus estou bem agora e indo para casa”, comemora a musa dos “bons drinks”. Luisa foi internada pela primeira vez na terça, dia 06 de setembro. Na sexta, dia 09, após uma breve melhora, ela foi para a casa da irmã, Alice, na região de Terra Preta. Mas, no domingo, após uma piora em seu estado, ela foi levada pela amiga Monique Andrade para o hospital novamente.
Em um vídeo publicado, Alice pediu por orações para Luiza que, segundo ela, “não está muito bem”. “Já está aqui com o doutor dela, o doutor Thiago Marra, que tem prestado toda assistência a ela e tem sido maravilhoso”, disse no Instagram. A youtuber promete dar notícias no seu canal oficial assim que estiver melhor e sem os efeitos sedativos dos medicamentos.
Os perigos do silicone industrial
A primeira cirurgia realizada por Luisa Marilac com o Dr. Marra foi doada por Carlinhos Maia. Após a cirurgia ela teve uma contratura, a prótese ficou um pouco diferente e foi removida. “Na sequência foi colocada outra, mas pouco tempo depois deu seroma, que é um acúmulo de líquido e foi imediatamente tratada. Quando pensamos que estava tudo resolvido, após quatro meses, a prótese acabou saindo devido a uma rejeição decorrente do processo inflamatório relacionado ao silicone industrial”, relembrou ele.
O médico alerta também sobre o perigo desse tipo de silicone industrial, que somam mais de 400 mil vítimas no mundo, muitas delas, mesmo que com vazamentos imperceptíveis, relataram vazamento, reações alérgicas, e suspeitas de câncer.
“Pode parecer uma alternativa mais em conta, mas os riscos associados a ele vão de deformações no contorno corporal até a morte. Esse tipo de silicone é nocivo à saúde. Ele não fica apenas no lugar onde é aplicado e se espalha pelo corpo, causando um quadro crônico de infecções”. Comenta o especialista.
Já a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) explica que proíbe o uso do silicone industrial em procedimentos estéticos no corpo humano, pois tem como finalidade a limpeza de carros e peças de avião, impermeabilização de azulejos, vedação de vidros, entre outras utilidades.
“O desvio de sua correta utilização, servindo como material para cirurgia plástica, por exemplo, é considerado crime e pode causar sérios riscos à saúde. Mesmo sabendo dos riscos, existem pacientes e “profissionais” que fazem esse tipo de aplicação, contra a lei, que danifica muito o corpo podendo até levar o paciente a óbito”. Finaliza.

Para quem aplicou silicone industrial no próprio corpo, o especialista recomenda procurar um médico, mesmo que ainda não tenha sentido qualquer sintoma. “Somente o profissional poderá avaliar a gravidade de cada caso. Caso suspeite do uso de produtos utilizados de maneira incorreta, é possível entrar em contato com a Anvisa por meio da Ouvidoria (www.gov.br/anvisa/pt-br). Também é possível denunciar os casos diretamente à Polícia Civil (181 – Disque Denúncia).
Mas, na contramão da Marilac, algumas mulheres optam pelo explante, depois de associar a existência da prótese a sintomas diversos, como dores articulares e queda de cabelos. Tanto que o número de remoções de implantes de mama aumentou 33% no Brasil, segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica. Passou de 14,6 mil, em 2019, para 25 mil, no último ano.
Vale lembrar que a cirurgia para aumento da mama continua sendo um dos carros-chefe das plásticas no Brasil, com mais de 211 mil procedimentos no ano.