Homofóbicos vandalizam sede e conseguem impedir realização de parada LGBT na Geórgia

Protestos de organizações da extrema-direita e conservadores religiosos fizeram com que a Parada do Orgulho LGBT da Georgia fosse cancelada em cima da hora em Tbilisi, capital do país. O evento foi suspenso poucas horas antes por conta de protestos violentos e vandalismo.

A marcha estava programada para desfilar no dia 05 de julho, segunda, mas a comunidade LGBTQIA+ ficou com medo da violência, já que os ataques eram previstos. Houve confronto na concentração e diversos ativistas foram feridos. Em um vídeo postado no Twitter homens aparecem rasgando bandeiras do arco-íris e quebrando parte da sede da entidade local que organiza a marcha. Os homofóbicos saquearam o prédio e queimaram objetos na rua.

“Estamos apenas tentando sobreviver e evitar que as pessoas fiquem pelas ruas”, disse George Tabagari, organizador do evento. Em conversa com o site OpenLyNews, ele contou que quase foi morto por uma multidão que cercou seu carro enquanto ele deixava o prédio das Nações Unidas no centro de Tbilisi.

O ativista Tamaz Sozashvili lamentou o episódio. “É devastador ver como pessoas aleatórias estão destruindo
o escritório da Tblisi Pride, enquanto a polícia da Georgia mostra absoluta impunidade e ignorância!#TbilisiPride21″, disse em sua conta. Um dos manifestantes confrontou a postagem de Tamaz. “A Geórgia é um país muito religioso, não queremos que esse tipo de coisa seja promovida em nosso país. Podemos aceitar um cara gay que está cuidando da sua vida, mas marcha do orgulho de merda não pode ser aceita”, disse.

O primeiro-ministro da Georgia tinha apelado aos organizadores para cancelarem a marcha, considerando que, apesar de terem seguido todas as regras, esta ação representava “um perigo” e poderia “levar à um confronto civil já que a maioria dos georgianos são contra este tipo de ações”. A Igreja Ortodoxa diz que foi convocada uma manifestação contra a realização do ato LGBTQIA+, mas era pacífica.

De acordo com o EuroNews, a violação dos direitos LGBT é recorrente nos países do leste da Europa, por exemplo. A Hungria aprovou uma lei que proíbe crianças de terem qualquer acesso a conteúdos LGBT. Em relação à Albânia a ILGA-Europe publicava nas redes sociais a sua preocupação com “o recente discurso de ódio contra um activista LGBTI albanês. Este discurso de ódio levou a um ataque contra uma pessoa trans. Exortamos as autoridades albanesas a investigar devidamente o crime e a assegurar que seja feita justiça”.

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