SP: Travessa do Capão Redondo recebe nome de 1ª diretora trans de escola pública

O bairro do Capão Redondo agora tem uma travessa com o nome de uma professora trans da rede estadual de ensino. A Travessa Professora Paula Beatriz foi inaugurada no Jardim Mitsunani na semana passada e homenageia a gestora trans e negra de 50 anos. Paula foi tema do documentário Transgente. Na produção, ela conta sobre a vida lecionando em escolas públicas e fala sobre sua transição.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, ela comentou o fato de ficar para a história no bairro da zona sul de São Paulo. Meu nome fica registrado para sempre, né?”. A homenagem partiu de uma iniciativa do Instituto Ação Geral, ONG com atuação esportiva e cultural a fim de melhorar o nível educacional dos jovens na região, em parceria com a Enel, empresa de distribuição de energia elétrica na capital paulista.

O objetivo de ambos é que regularizem o terreno onde fica a travessa, localizado na rua Cabeceiras de Basto. Formada em pedagogia, Paula começou a carreira de professora aos 18 anos. Além de diretora, ela dá aulas na rede estadual de ensino desde 1989, quando ingressou na Escola Estadual Presidente Kennedy.

Um dos articuladores para a concretização foi o advogado Flávio Moura de Campos, 29. Para ele, ações como essa contribuem na discussão por tirarem as pessoas trans da invisibilidade. “Possibilita que ‘corpos invisíveis’ pelo sistema sejam vistos, ouvidos”, comenta.

Na intenção de mostrar e incentivar crianças e adolescentes a entender e respeitar a comunidade LGBTQIA+, foi escolhido o nome de Paula. “Ela é uma representante desse grupo de invisibilizadas, de mulheres que só são vistas para serem agredidas, ofendidas e expostas ou objeto de chacota pela sociedade.”

Paula Beatriz no documentário “Transgente”

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