Trifeixoto! Ladrões roubam celulares e carteiras dentro das baladas Bar Verde, Oficina e Terraço

Goteiras, escuridão, empurra-empurra e muita insegurança. É isso que os clientes de três casas noturnas da região da Augusta encontram ao chegarem nos estabelecimentos para a chamada Trifeixoto, uma ação conjunta do Bar Verde, Oficina Club e Terraço do Léo. A promessa é convidativa: você paga pela entrada em uma das casas e pode transitar pelas outras livremente. Outro chamariz é o open bar oferecido pela empresa , que inclui vodka, cerveja, catuaba, refrigerantes e energéticos. Dependendo da data, a entrada varia entre R$ 50 e R$ 80.

O que promete ser uma noite divertida acaba virando um pesadelo para os mais desavisados. Além da falta de higiene dos locais (banheiros sujos e escadas alagadas), gangues estão agindo há meses nos três espaços furtando celulares durante as muvucas provocadas pelos próprios bandidos dentro das boates. Foi o que aconteceu com o repórter que vos fala. No dia 01 de janeiro, logo ao entrar na casa Oficina Club, um grupo já estava obstruindo as passagens e tentando furtar os mais desatentos.

Perto da escada, mais empurra-empurra. Eles imobilizam quem tenta passar e fazem um verdadeiro arrastão. Ao ir até os poucos seguranças, eles dizem que nada podem fazer e sugerem que seja feito um boletim de ocorrência . Ao lado deles, duas meninas que aparentavam ter uns 20 anos estavam chorando. Uma delas havia sido roubada há pouco tempo. Elas ouviram a mesma resposta: “Aqui não pode dar bobeira”.

Uma abordagem mais violenta aconteceu com o autônomo Gabriel Agudo, de 21 anos, no dia 08. “Eu estava no banheiro do Oficina, estava bem escuro. Quando saí, vieram cinco meninos com um estilete e levaram meu celular. Eu nem estava bêbado, foi assalto a mão armada mesmo dentro da balada”, contou ele ao Arrasa. Questionado se tinha procurado a segurança ou o gerente, ele diz que chegou a conversar com a equipe da casa. “Eles disseram que não podiam fazer nada. Nem revista eles fazem na entrada”, diz, indignado. Gabriel registrou a ocorrência pela internet.

Nas redes sociais do evento, é comum ver clientes reclamando de roubos dentro do local. Um deles é Victor Castro, gamer de Salvador que está passando um tempo em São Paulo. “Meu amigo passou mal no Terraço Club e quando estava em direção a saída, alguém fez o furto. Ele só descobriu que tinha sido roubado quando foi pegar o celular pra me mandar mensagem. Além do celular, levaram a carteira com todos os documentos e ele está preso em São Paulo sem poder voltar pra casa”, conta. A estudante de biomedicina Barbara Caparroz foi categórica avaliando o Oficina no Facebook. “Absurdo! Roubo de celular a mão armada dentro da casa e nenhum apoio prestado a vítima. falta de organização, revista e prestação de serviço digno”.

Nosso site conversou com Leonardo Lemos, responsável pelo Grupo Trifeixoto. Ele disse desconhecer as dezenas de denúncias feitas nas página das baladas no Google, Instagram, Facebook e Reclame Aqui. Sobre os roubos dentro dos estabelecimentos, ele trata todos como “perdas” e diz que, pelo fato de distribuir bebida à vontade, as vítimas exageraram no álcool e se descuidam com os seus pertences. “A recomendação que damos aos nossos clientes é sempre colocar na chapelaria. Assim, a casa se responsabiliza caso alguém pegue. Pelo fato de ser open bar, a galera exagera um pouco. Nas casa temos placas falando que nós só nos responsabilizamos por objetos deixados na chapelaria”, diz. O empresário ainda diz que vai conversar com a empresa terceirizada contratada para a segurança dos locais para falar sobre as reclamações.

O fato é que nem mesmo na chapelaria os seus pertences estão seguros na Trifeixoto. O assistente administrativo Rodrigo Anibal, de 27 anos, afirma que teve sua mochila roubada do guarda-volumes do local. “Foi no carnaval de 2021. No dia 15 de fevereiro eu fui para o Bar Verde com amigos e peguei a chapelaria. No final da festa, por volta das 5h, quando fui pegar as minhas coisas, vi que tinham pego minha pulseira. Fui até a chapelaria tentar pegar a minha mochila mas ela tinha sumido. Fiquei desesperado”, diz ele, que, além de ter ficado sem sua carteira, também teve seu iphone 12 roubado junto com os seus pertences. “Meu amigo que pediu para guardar o Iphone 11 também saiu no prejuízo”, conta ele, que avalia que seu prejuízo total chegou a 10 mil reais. “Fora o meu emocional que ficou muito abalado. Chorei bastante”, conclui.

Ele diz que foi até a delegacia na 4ª Delegacia de Polícia na Marquês de Paranaguá, travessa da Rua Augusta, fazer um boletim de ocorrência, mas foi orientado a registrar o fato pela internet. A falta de acolhimento por parte da polícia também dificulta e atrasa o registro das ocorrências. Muitas vítimas desistem de fazer o B.O por conta de negativas e da burocracia do processo, o que faz com que a impunidade seja ainda maior. “Falei com alguns policiais que estavam na Peixoto e eles chegaram a entrar na casa, mas conversaram com os funcionários e disseram que a mochila não estava mais lá e me orientaram a fazer o boletim, mesmo que fosse pela internet”.

Vítimas são orientadas a fazer um Boletim de Ocorrência pela internet

De acordo com uma pesquisa da Fecap feita em setembro de 2021, dos 6.765 furtos de celulares registrados, 696 (10,28%) ocorrem em uma única via, a avenida Paulista, numa média de um aparelho furtado a cada 29 minutos. Ou seja, um em cada dez celulares furtados em setembro de 2021 em toda a cidade de São Paulo ocorreram em algum ponto dos 2,8 km de extensão da avenida mais famosa da cidade de São Paulo, onde fica a Frei Caneca e a Peixoto Gomide. Parte desses aparelhos são roubados dentro de bares e baladas.

“É ate justificável a subnotificação por fatores relacionados à motivação. As pessoas sabem que é muito improvável recuperar o bem roubado e, menos ainda, de ver os autores dos crimes presos”, diz o Erivaldo Costa Vieira, coordenador do Departamento de Pesquisas em Economia do Crime da Fecap sobre os dados. Em nota enviada ao jornal Agora no final de 2021, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que o policiamento na região é ostensivo, visando inibir os roubos no entorno.

Veja alguns relatos das vítimas nas baladas Bar Verde, Oficina e Terraço:

Sem estrutura e segurança, casas no centro ignoram reclamações na internet

Acusações de homofobia e desorganização:

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6 Comentários

Edilsom 29 de janeiro de 2022 - 17:34

Fui uma vez nesse lugar pra nunca mais. Só prejuízo!

Eduardo 29 de janeiro de 2022 - 23:23

Só li verdades…

João 30 de janeiro de 2022 - 06:25

Isso fora o CRIME da VENDA CASADA dos copos no Open Bar. Nunca vi Open Bar que não disponibiliza os copos para beber no estabelecimento. Você paga caro na entrada e só pode ser servido depois de comprar o copo da casa.

Matheus 30 de janeiro de 2022 - 13:15

Esse role da Trifeixoto do Leo, é conhecido como o role dos lgbtrouxas. Essas baladas nunca tiveram qualidade de estrutura, ambiente ou de produtos, mas valia a pena por ser um role barato. Se gastava em média de 25 até 35 reais de entrada no Open Bar. Hoje em dia piorou mais ainda a qualidade das casas e subiu demais os valores da entrada, de 50 até 80 reais + o copo que você é obrigado a comprar para ser servido pelos barmens do local, que não sei ainda como ninguém denunciou isso até agora (venda casada), chapelaria que os próprios funcionários decidem se sua mochila cabe ou não no saco plástico deles, te forçando a gastar o preço mais alto para guardar suas coisas e ainda não deixam você guardar junto com as coisas dos seus amigos num pedido só, segurancas que só estão lá de cone, barmens que não sabem preparar 1 capipirinha decente. Mas os lgbtrouxas que frequentam o local aceitam tudo isso e ainda lotam as casas todo final de semana.

Matheus 30 de janeiro de 2022 - 13:17

Esse role da Trifeixoto do Leo, é conhecido como o role dos lgbtrouxas. Essas baladas nunca tiveram qualidade de estrutura, ambiente ou de produtos, mas valia a pena por ser um role barato. Se gastava em média de 25 até 35 reais de entrada no Open Bar. Hoje em dia piorou mais ainda a qualidade das casas e subiu demais os valores da entrada, de 50 até 80 reais + o copo que você é obrigado a comprar para ser servido pelos barmens do local, que não sei ainda como ninguém denunciou isso até agora (venda casada), chapelaria que os próprios funcionários decidem se sua mochila cabe ou não no saco plástico deles, te forçando a gastar o preço mais alto para guardar suas coisas e ainda não deixam você guardar junto com as coisas dos seus amigos num pedido só, segurancas que só estão lá de cone, barmens que não sabem preparar 1 capipirinha decente. Mas os lgbtrouxas que frequentam o local aceitam tudo isso e ainda lotam as casas todo final de semana.

Heme 31 de janeiro de 2022 - 17:35

Já passei raiva nesse lugar viu. Estrutura, higiene e conforto térmico que deixam a desejar fora que já fui roubado ali. Já foi menos pior.

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