Policial é transfóbica em abordagem: “Quer ser mulher tem que trocar nome na certidão”

Uma policial militar de São Paulo está sendo acusada de transfobia durante uma abordagem em Osasco, na Região Metropolitana, no último domingo, dia 30. No vídeo, a militar aparece dizendo a uma trans que para “ser chamada de mulher, tem que trocar o nome na certidão”. A Polícia Militar informou que um procedimento interno foi instaurado para analisar a conduta da policial. “Quer que chame de mulher? Vai trocar o nome na certidão. Tem que ter no RG o nome de mulher. Por enquanto, é homem. Vai, rapa fora daqui”, diz a policial.O rapaz que grava a cena fica chocado e promete soltar o vídeo nas redes sociais.

Luna Nunes, de 22 anos, que estava na companhia de outras amigas trans, contou, por meio de stories do Instagram, que elas estavam em uma tabacaria quando um casal em uma motocicleta atropelou uma mulher e depois fugiu.”A gente foi socorrer porque não tinha ninguém no local”.
Alice Vitorini, de 19 anos, que também estava no local, conta que o grupo era formado por 10 amigos. “A gente saiu para tomar um ar lá fora e a gente viu um cara agredir uma moça, colocou ela dentro do carro e bateu nela, a gente separou quando viu a situação”, conta Alice.

“Ela saiu, ele subiu e, na volta, quando ele fez o retorno com o carro em alta velocidade, tinha um casal de moto e ele atropelou eles, jogaram eles longe, a gente foi prestar socorro, chamar a ambulância, chamar a polícia”, prossegue. Segundo ela, o atropelamento aconteceu na Avenida Presidente Médici. “Quando os policiais chegaram, já começaram a zoar com a gente, a cometer transfobia, tratar no modo masculino”.

Ela diz que seus amigos chamaram a polícia e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). “A polícia chegou e já foi tirando com a nossa cara, já começaram a fazer chacota com a gente”, explicou.

“Parabenizo a PM do Estado de São Paulo por colocar uma profissional não capacitada intelectualmente para trabalhar em sociedade. Transfobia é crime, amor! Parabéns ao prefeito pela “segurança e qualidade” recebida em nosso município”, escreveu em se perfil.

A Associação Nacional de Travestis e Transexuais, Antra, repudiou o episódio. Em uma postagem no Twitter, a Antra classificou o episódio como “assustador”: “Violência do estado vindo de agentes da polícia contra pessoas trans não é nenhuma novidade. E é assustador que mesmo uma polícia feminina reproduza o processo tão violento na presença de todo efetivo da guarnição e de diversas testemunhas contra uma mulher trans sem qualquer constrangimento”.

“Violência do estado vindo de agentes da policia contra pessoas trans não é nenhuma novidade.E é assustador que mesmo uma PFem reproduza o processo tão violento na presença de todo efetivo da guarnição e de diversas testemunhas contra uma mulher trans sem qualquer constrangimento”, disse a nota.

A vereadora trans Erika Hilton (Psol-SP) informou que solicitou uma investigação dentro da corporação. Por meio de ofício, ela denuncia o caso para que a conduta “seja urgentemente investigada e encerrada”.
Em nota, a Polícia Militar informou que foi instaurado procedimento interno para analisar a conduta da policial, que também será reorientada. Parece que mais uma vez a impunidade vai reinar em um caso de LGBTfobia.

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