Detenta trans engravida duas prisioneiras e é transferida para prisão masculina

Demi Minor, uma mulher trans de 27 anos, engravidou duas colegas no Presídio Feminino Edna Mahan, em Clinton, cidade de Nova Jersey. Após o fato, a detenta foi transferida para o Presídio Juvenil Garden State, uma cadeia de jovens adultos, no Condado de Burlington. Em Nova Jersey, a lei autoriza a permanência de pessoas trans em cadeias que se adéquem a seu “gênero” e, por se considerar uma mulher, Demi ficou na cadeia feminina. As relações que causaram a gravidez das duas presas foram consensuais.

Em 15 de julho, o site “Justice 4 Demi” informou que ela está em depressão e que corre risco de suicídio. “Os jovens presos são imaturos e, simplesmente, ignorantes em relação a uma pessoa como eu”, disse Minor ao site. “Eles me chamam de ‘ele’. Não me tratavam assim, como homem, havia anos.”

Demi também mantém redes sociais ativas e um site onde pede para voltar para a cadeia feminina e reclama da forma como é tratada no novo presídio, relatando abusos que sofre no local diariamente. Um sindicato que representa os agentes penitenciários criticou a política que permite a presença de mulheres trans nas cadeias femininas: “Nós nos opomos a essa mudança de política, acreditando que é prejudicial para a população geral de detentas alojadas e também traz estresse adicional para nossos policiais correcionais designados para essa instituição”.

Desde 2021 prisioneiros e prisioneiras são alojados de acordo com sua identidade de gênero no estado. A política fazia parte de um acordo de um processo de direitos civis movido por uma mulher forçada a viver em prisões masculinas por 18 meses. Casos de abusos foram revelados. Detentas não precisam fazer cirurgia de mudança de sexo para ficar em Edna Mahan. O contato íntimo entre presos e com visitantes não é permitido.

“Aceitei que estou em uma instalação masculina, mas não aceitei nem nunca vou concordar ou aceitar que sou outra coisa senão uma mulher que é transgênero”, escreveu Minor em seu perfil. Parte de sua transição aconteceu já na cadeia.

Demi pede justiça e diz não se sentir bem em presídio masculino

“O departamento de correções violou meu direito de estar seguro e livre de assédio sexual, colocando-me em uma das instalações correcionais para jovens mais violentas. Eles violaram meu direito de estar seguro e livre de assédio sexual, colocando-me em uma das mais violentas instituições correcionais para jovens”, alega. “No sábado, eu estava na fila da medicação quando um preso cortou na minha frente e disse ‘Eu não vou ficar atrás de nenhuma bicha’. O preso cuspiu diretamente na minha direção”, conta.

Demi cumpre pena por homicídio culposo por matar o seu pai adotivo. Ela deve cumprir pena até 2037.

Demi no dia de seu julgamento em 2018
Demi em foto no Twitter

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