A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) entrou com uma representação junto ao Ministério Público de Minas Gerais contra o pastor evangélico André Valadão por suas falas incitando o ódio contra a comunidade LGBT+. O documento foi protocolado nesta segunda-feira, dia 3, junto à 18ª Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos.
No domingo, dia 2, durante uma pregação na Igreja da Lagoinha, o religioso fez uma “incitação direta aos seus fiéis relacionada a morte de pessoas LGBT+”. Ela pede que o MP acione a Justiça para retirar o conteúdo do discurso das redes sociais e incluir as novas declarações em um inquérito que já foi aberto pelo Ministério Público de Minas Gerais.
“Essa porta foi aberta quando nós tratamos como normal aquilo que a Bíblia já condena. Agora é hora de tomar as cordas de volta e dizer: ‘não, pode parar, reseta’. Aí Deus fala, ‘não posso mais, já meti esse arco-íris, se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo”, disse Valadão durante culto que foi transmitida ao vivo pelo Youtube da Igreja Batista da Lagoinha.
“Mas já prometi para mim mesmo que não posso, então, agora está com vocês’. Você não pegou o que eu disse: agora está com você. Eu vou falar de novo: está com você”, repete o pastor durante a pregação.
Nas redes sociais, Valadão resolveu se justificar. “Eu uso o termo do livro de Gênesis, quando Deus, a partir do dilúvio, destrói toda a humanidade por causa da promiscuidade sexual, a libertinagem. Deus não tem como ‘resetar’, recomeçar humanidade. Dentro disse, na minha mensagem eu disse que cabe a nós puxar as cordas e nós ‘resetarmos’. Não digo matarmos, aniquilarmos as pessoas, o que eu digo é que cabe a nós levar o homem, o ser humano, o princípio da vontade de Deus, deixarmos claro o que é a vontade de Deus para vivermos essa realidade”, afirmou.
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